Essa semana eu fiquei doente, pensa numa pessoa imprestável, pensou? Era eu, calma nada grave, porém meu ponto fraco, atacou o estomago, posso estar com febre, com pontos, nada me abala tanto quanto enjoos e outros problemas característicos de um estomago.
Tudo acumulou mais do que deveria e meus planos de pôr a vida em ordem fisicamente e planejar o que faria daqui para a frente da minha vida ficaram em stand by. Mal conseguia pensar no básico de sobrevivência familiar, quanto mais pensar no meu futuro.
Para quem não sabe, de tempos em tempos passamos uma fase familiar que só eu fico em casa, marido por causa do trabalho, dobra de turno e a casa e as crianças ficam só sob minha responsabilidade e lembrando que eu também trabalho em período integral o que me deixa somente o horário noturno para fazer tudo que eu preciso.
Com as férias da faculdade, eu tinha pensando em descobrir qual seria meu próximo passo, pois a minha vida estava precisando de um norte e fiquei pensando na frase o céu é o limite, aquilo que sempre dizemos para as crianças – você pode ser o que quiser! E essa frase ficou matutando essa manhã, alguns sonhos até por limite de idade, não posso mais realizá-los, mas eu tenho uns outros tantos, será que estou disposta a ir atrás deles, nada vem de graça, pelo menos eu acredito isso, tudo que é bom, vem através do trabalho.
Eu fico me perguntando se é perda de tempo ter entrado no Francês, será que eu realmente conseguirei ir visitar a França, se for algo tão distante como é na minha realidade hoje, porque eu invisto tempo e dinheiro estudando uma outra língua?
Quando voltei a estudar inglês à quase cinco anos atrás, eu tinha o sonho de ir para a Disney e queria ir sabendo falar inglês, a cada dia que passa está mais distante com o aumento do dólar e as prioridades de sobrevivência bem à frente de apenas visitar outro país.
Eu ainda tenho a perspectiva que saber outros idiomas possam fazer diferença na minha vida profissional, onde estou e por onde passei isso não era diferencial algum, porém eu não sei o dia de amanhã e se uma próxima empresa possa ter a vaga que se encaixa nesse perfil que estou moldando?
Eu não sei se é perda de tempo, mas naquela hora semanal do curso eu realmente estou ali, não penso em outra coisa a não ser moldar a minha língua para que a fonética saia parecida com a do professor, então pelo menos a minha mente não está divagando como a maioria das vezes.
Eu ando numa fase muito peculiar de estar precisando de coordenadas para continuar, tudo está parecendo longe demais para dar certo, ou quase beirando impossível, como trocar de casa (já engavetei esse projeto por enquanto, estamos a cinco anos nesse apartamento e não sei por quanto tempo mais ficaremos, comprar outro imóvel está parecendo fora das nossas possibilidades por um tempo), tem a indecisão quanto a carreira como fator limitante ao crescimento.
Agradeço todos os dias pelo que tenho, acho que está apenas faltando uma carta do futuro me dizendo calma que está dando certo, nem tudo é tão rápido assim e nem tudo é para todo mundo.
As vezes eu penso o tão famoso: \”poxa, mas eu não mereço?\”
E me deixo abater muito por isso, agora estou tentando me apegar no fator de quanto a minha família já cresceu, eu não acredito que eu sou sozinha, tenho as minhas crenças limites e também todo o meu desenvolvimento pessoal se dá através de tudo que eu vivi e o que eu passei desde criança, eu sou casada, tenho duas filhas e o meu \”hoje\” é a soma da minha história com a do meu marido.
Nós crescemos e muito, somos de família simples, nos casamos e a cada dia batalhamos por tudo que temos, se hoje temos o que temos é por causa do nosso trabalho, de abrir mão da convivência familiar (te admiro muito viu marido por todos os dias que precisa voltar ao trabalho para ter um projeto concluído, eu sei que é para a família que você faz isso).
Mudar a chave do pensamento é o que está me fazendo superar essa crise existencial momentânea, talvez seja cedo afirmar, mas essa está sendo a melhor crise de todas porque em vez de permitir sofrer, estou me permitindo analisar, estudar quem eu sou, claro que dó se questionar o tempo todo, porém existe limite para o crescimento? Eu posso não ser uma aeromoça…, mas ainda posso me dar o direito de voar…
E todo sonho tem um preço. Será que estamos dispostos a pagar o preço que ele tem?
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