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Hoje o post é muito especial, faz parte da blogagem coletiva do blog da Mulher Vitrola, Sobre o Red lips Day criado pela própria Renata Vitrola. O tema deste ano da blogagem é sobre : “A beleza de fugir dos padrões e ser feliz com suas escolhas” e a proposta é contar um pouco sobre a minha história beleza, preconceitos, liberdade e experiências.
Pensei muito em como escrever sobre isso, justo eu, cheia de medos e inseguranças como falaria da beleza, justo eu que por anos não me achei bela e só recentemente me descobri na minha beleza? Entao resolvi justamente conta a minha historia, o meu emponderamento e como aceitei a minha beleza sendo minha.
De uma criança normal, extrovertida e livre, virei uma adolescente insegura, gordinha e cheia de traumas. Não era fácil aguentar o bullyng diário na escola e como \”concordava\” com o que os chacotas diziam, não tinha forças para me libertar dessa situação.
Meus cabelos viviam presos em coque, mas não era porque eu gostava, era porque eu não sabia cuidar dos cabelos reclamava de ter muitos cabelos, do volume atrapalhar e dos cachos tao lindos que eu nao sabia lidar, meus cabelos viviam presos, assim como eu e a minha beleza que eu nao sabia que eu tinha.
Me escondia atrás de um colete cinza, que era do meu pai e terminava na altura dos joelhos, era meu escudo quando eu não estava protegida pelo uniforme escolar, que apesar de ser igual para todos, ainda sim sempre tinha aquele que conseguia se destacar naquela blusa cinza e na bermuda azul.
Hoje vejo que esse uniforme – coque e colete cinza – era a minha proteção, uma tentativa de me esconder da sociedade e me passar por invisível ( agora entendo porque passei tanto tempo evitando a cor cinza, não era porque eu não gostava, era porque dentro de mim remetia a esses sentimentos da adolescência que eu tinha deixado para trás)
Não foi uma época fácil! Não sabia pedir ajuda, minha mãe conversava muito comigo, sobre me cuidar e me valorizar, mas a verdade é que eu não sabia como fazer e hoje enxergo o quanto medo eu tinha de me mostrar. Não tínhamos muito dinheiro naquela época, usava muitas roupas do meu pai emprestadas, elas me escondiam…
Um pouco de culpa é da sociedade que vivemos, nunca me identifiquei com as mulheres que apareciam nas novelas, eram poucas morenas, cacheadas, fortes e emponderadas.Nada tinha a ver com as princesas loiras da disney ou as frágeis mocinhas, sendo grande, estabanada, cacheada e fora daqueles padrões que tanto divulgavam como lindas. Talvez a minha historia preferida seja da Bela e a Fera, ela era morena e diferente, lia livros (como eu) não buscava um Gaston qualquer na vida e presava a sua liberdade acima de tudo.
Descobri os filmes de vampiros e suas mulheres fortes ( nem me venha com filminho onde a mulher só serve para ser \”devorada\” ok.) Mulheres de cabelos soltos, de preto e de vermelho, descobri o rock e suas cantoras, com a voz predominante, enchendo estádios e vi que existia espaço para as mulheres como eu.
Demorei para me libertar, mas quando descobri a força em mim foi lindo!
Descobri nos meus cachos e volumes o poder selvagem feminino e toda a gloria que eles tem ( e olha que hoje tenho um pouco menos da metade dos cabelos que eu tinha naquela época, quantas chuquinhas arrebentei tentando prender meus cabelos no coque, era um sinal que eles desejavam liberdade e eu não ouvia). Descobri no vermelho vivo dos lábios, o sangue que corre nas minhas veias, a cor da vida, da continuidade, da liberdade\”
A verdade é essa a sociedade prende a mulher do seus cachos e do seu colorido com medo da força selvagem que possuímos, nos dizem que é errado ou feio porque se nos libertamos, chamamos a atenção pela força que transmitimos.
Hoje sou mais eu, meus cachos selvagens mostrando o meu poder feminino, sou regida pelo sol, mas também sou regida pela lua. Descobri a força do mar em mim, meus cabelos são as ondas do mar, forte, batendo nas pedras, mostrando a força e o encanto que só as ondas do mar possuem.
Hoje se uso coque é porque quero! hoje se uso moletom é porque quero! Hoje se uso cinza é porque quero! Nada mais de me esconder, hoje meus kilos a mais são meus e não porque levei a comer para esconder meus sentimentos, hoje seu mulher, forte, selvagem e emponderada. Hoje eu sou a mulher que eu quero que as minhas filhas vejam por aí!

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