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Escureci o cabelo
Sexta, hora do almoço, não aguento mais o cabelo com a raiz aparente, não acho a cor que eu estou usando e estou à procura dela a umas duas semanas, entro na primeira loja que vejo de cosméticos e compro o \”marrom reluzente\” (maxton)
Não tive tempo na sexta, ou era o meu alter ego relutando em trocar a cor, afinal finalmente eu tinha achado o ruivo no qual eu queria, o tom exato de paixão pelo vinho. Dois anos em busca do meu marsala perfeito, porque eu tinha comprado esse marrom mesmo?!
Sábado corri para a aula, oito e meia da manhã já estava na faculdade, aguardando um dia cheio pela frente, 14:30 corro para mais uma aula (Por sinal eu nem almocei neste dia , a minha refeição foi uma coca cola e um mini pão de queijo murchinho….sim Shame on me) , dessa vez francês. – Fim do dia, estamos comendo pizzas, pipoca no sofá, me dou a desculpa que não quero dormir tarde e não pinto o cabelo…
Domingo – passo o dia entre os afazeres domésticos, descanso, tv e curtindo a família… Afinal só tem me sobrado os domingos para ser aquilo que eu realmente gosto de ser… Hellen…
09:00 Pm e finalmente eu tomo coragem, vou para o banheiro pintar o cabelo, não posso começar mais uma semana assim, imperdoável da minha parte fazer isso…
Acabo de lavar, me olho no espelho e não sei lidar com o que vejo, não me reconheço naquela imagem refletida, aquele marrom básico, puro, não sou eu, não sou mas eu?! Ou é exatamente assim que eu sou? Dois anos de cabelos vinhos… no qual só tinha passado um de castanho escuro no qual voltei desesperadamente pelo vinho.
Lembrei da Carrie, no primeiro filme de sex and the city, quando ela deixa seus cabelos loiros de anos de lado para ir para o castanho. naquele momento ela não estava conseguindo lidar com quem ela era, com tudo que estava acontecendo naquele momento ela precisava de uma nova camuflagem, algo que não lembrasse a Carrie que ela era, para poder lidar com a dor que ela sentia naquele momento quando o Mrs Big a deixou esperando no altar.
Talvez seja por isso que cortamos os cabelos ou pintamos, ao mesmo tempo que pode significar uma nova passagem de vida, pode ser também uma camuflagem, uma armadura para aquele momento. Eu não quero nesse meu momento de vida, ficar me preocupando com raízes diferentes e cabelo desbotado.
 
“A minha avó dizia-me que quando uma mulher se sentisse triste, o melhor que podia fazer era entrançar o seu cabelo; de modo que a dor ficasse presa no cabelo e não pudesse atingir o resto do corpo” Talvez isso funcione de varias formas.
Até aproxima transformação!

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